Sombra de um Pinheiro
" I'll not let my heart be shattered into pieces. "
terça-feira, 2 de fevereiro de 2016
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
Fears
My worst fear?
To be left alone,
Without love or friendship
To be thrown away as garbage
And stand at the same place
Where everything began
Inside myself
My mind
My heart.
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Asas
Lá estava eu novamente, e
creio que pela última vez, na beira do precipício, sentindo aquela brisa gelada
em meu rosto e ouvindo o som do mar batendo nas rochas bem abaixo de mim. Creio
que seria uma queda rápida. Mas porque estou aqui novamente? A realidade e a
verdade, também dita como vida, sempre foram duras comigo, sempre foi mais
fácil escapar, viver em um mundo onde o impossível seria possível, onde, se eu
estivesse no mesmo lugar que estou agora, apenas abriria um enorme par de asas
negras e simplesmente levantaria voo e ascenderia aos céus onde nada poderia me
alcançar e só restasse eu e minha própria essência.
Acostumado a tentar fugir
da realidade, sempre bati de frente como que eu mais odiei, sempre tentei ser
forte e me esconder atrás de máscaras e muros, barreiras e escudos invisíveis
que eu mesmo criei para me proteger – um ser fraco e pequeno, dentro de uma
casca grande e rígida mas, como tudo que existe, que um dia cederia. E cedeu.
Bati de frente comigo
mesmo: fugi de meus instintos e cai uma vez no mesmo precipício que aqui estou,
mas voltei. Um ser alado levantou-me com suas mãos pequenas e sutis então
tentei novamente seguir. E segui. Aquilo que posso chamar que agora é meu anjo
da guarda sempre me guiou desde que a conheci. Sim, Ela é meu anjo. Nem sempre
seguia seus conselhos e caia novamente, mas lá estava ela, posta a me reerguer.
Queria eu um dia ter aquelas asas e levantá-la tão alto quanto ela me levantou
diversas vezes.
Bati de frente com o sábio
e cai novamente. Descobri que não adianta apenas saber, temos de viver. Mas lá
estava ela me guiando, me ajudando a viver. Suas lindas asas brancas, tão
grande quanto as minhas negras que sempre vi em sonhos, me envolvendo em uma
dança sem fim, em seu calor que me controlava com ternura e não me deixava de
forma alguma.
Mais adiante depois de
varias quedas que tive e que minha guardiã me levantou, bati de frente com ela.
De frente com o que eu realmente deveria acreditar e seguir: meu coração, a mim
mesmo, meu amor. Minha guardiã começou a me deixar, não conseguia ver mais suas
asas ao meu redor e sim distantes. Cada vez mais distantes. Fiquei perdido sem
ela e cai profundamente. Bati nas rochas da realidade e senti a frieza da água em
meu corpo. Senti que estava sozinho.
Eu nunca fui nada sem ela
desde que surgiu em minha vida e, por mais que negasse enquanto tentava nadar
de volta para a praia, contra toda aquela correnteza que hoje vi que na
verdade era eu mesmo, meus sentimentos, voltava para as pedras. Voltava para a
estaca zero.
Minhas asas surgiram
novamente e lá estavam elas, negras e enrubescidas de algo que um dia acreditei
ser todo o meu esforço, todo o meu sangue que dei para fugir do que realmente
era verdadeiro para mim e voei. Voei até ela, precisei busca-la.
Com ela ao meu lado
percebi que poderia tudo e estava certo. Mas o que eu faço aqui no penhasco novamente?
Aqui encaro toda a realidade por qual passei e, agora que olho ao meu lado,
vejo que nenhum de nós tem asas, sejam elas negras como a noite ou brancas como
a neve, mas que posso contar com minha guardiã ao meu lado e que, por maior que
seja o abismo em nossa frente, toda visão que tenho ao seu lado, é uma bela
vista que vale a pena ser compartilhada com quem amo.
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
Ivok, a cidade das neves - Final Alternativo
Era 6:20 da manhã de 12 de junho quando
Joseph despertou em sua nova casa em Ivok, um país localizado ao norte
oriental, onde a tecnologia se baseia à vapor. Abriu a janela e observou pela
primeira vez na luz do dia a cidade onde tinha chegado na madrugada da noite
anterior.
Pessoas apressadas andando para todos os
lados, grandes carros soltando vapor carregando uma quantidade exorbitante de
pessoas, lojas no outro lado da calçada de sua casa. Olhou para o céu e viu uma
grande mancha se movendo rapidamente. Estreitou seus olhos até conseguir ver o
que era: um grande dirigível, que era novidade para aquele que só tinha visto
aquela coisa enorme em fotos.
Joseph era um rapaz alto e forte no meio
de sua juventude, aproximadamente vinte e cinco anos, com cabelo curto e negro
e sua barba por fazer. Em sua antiga cidade, que resolveu deixa-la devido ao
seu trabalho como jornalista, não deixou nada para trás, nem sua antiga casa,
que vendeu para um senhor que aparentava estar em seus setenta anos.
Ele costumava escrever artigos para o
jornal do país na coluna de mistérios, que foi esse tal motivo de Joseph vir
para Ivok, onde estranhos suicídios tem acontecido um atrás do outro.
Joseph encontrava-se particularmente excitado
aquela manhã, então rapidamente pegou seu chapéu cinza e foi para a rua, onde
se encontrava ainda mais pessoas do que ele tinha visto e neve nos cantos das
calçadas. Aparentava que tinha sido removida por um meio mecânico. Avistou
pequenos buracos na calçada no meio de pés que o atrapalhavam e percebeu
pequenas gotículas de agua saindo. Era vapor. A calçada foi limpa com vapor! Maravilhado
com as pequenas surpresas dessa cidade, decidiu-se a explorar um pouco mais o
local onde resolvera passar um tempo para o seu novo artigo. Talvez o melhor de
todos.
Perambulando pela cidade, viu-se admirando
grandes prédios construídos para ter a luz do sol durante o dia e tubulação de
vapor para manter o aquecimento durante a noite. Tudo ali era perfeito. Mas era
estranho, perfeitamente estranho. Rapidamente notou que os cidadãos de Ivok
olhavam estranhamente para ele, como se algo estivesse pendurado em seus ombros
e chamando a atenção de todos ali. Foi então que sentiu um sopro gelado na
nuca. Joseph nunca tinha sentido aquilo antes, mas por ser um País ao norte,
deveriam ser comuns rajadas de vento e ele não tinha se vestido apropriadamente
para ficar até tão tarde, já que havia uma estranha regra no local. Ninguém
deveria estar na rua ao anoitecer e Joseph não percebeu que estava anoitecendo.
Voltou para casa e pôs-se a pensar em tudo o que viu aquele dia nas ruas
comerciais e distritais por onde passou, com um copo de Whisky ao lado.
No dia seguinte Joseph acordou com uma
sensação diferente, uma sensação de peso em suas costas, mas não havia tempo
para isso, ele tinha que começar a pesquisar sobre todos esses suicídios. Não
haveria lugar melhor do que os próprios locais dos suicídios, sem se esquecer
também de uma visita rápida nas famílias, necrotérios e a delegacia. Mas o dia
não estava cooperando, pois parecia que uma tempestade se aproximava, então
resolveu ser rápido e cauteloso.
Eram seis cadáveres até agora. Um dia
seria mais que o suficiente para ver a cena onde tudo aconteceu. Ao chegar no
primeiro local, olhou em volta e nada de anormal. Mas um pequeno detalhe lhe
chamou a atenção. O mesmo detalhe de seu primeiro dia na cidade porém havia
algo de diferente: os pequenos furos da calçada onde deveria haver vapor para
evitar o congelamento estavam todos congelados. Poderia ser algo que ocorre
normalmente, já que era uma rede muito grande para tomar conta de cada metro de
tubulação de todo o local. Anotou em seu caderno e prosseguiu para o segundo
local.
Nada de diferente também, mas não era um
local público. Era um prédio abandonado e desativado. Ou seja, o sistema de
aquecimento do prédio estava desativado. Talvez seja apenas coincidência,
talvez não.
O terceiro local chamou-lhe a atenção. Era
um local aberto e bastante movimentado. O rapaz se suicidou na fonte da praça
publica no meio da noite, quando mais nada funciona. Joseph começa a achar que
realmente o sistema de vapor era apenas uma coincidência.
O quarto local não tinha muito o que se
ver. Era abaixo de uma ponte que dava acesso ao centro da cidade. Havia lixo
aqui e ali, parecia que um sem teto vivia aqui. O local é mais gelado que o de
costume, parecia que a cidade não cuidava realmente de todos os locais.
O quinto local ficava afastado do centro.
Nos arredores, perto das plantações, onde as pessoas degelavam tudo e viviam
por conta própria. Uma pequena casa de alvenaria no meio do campo era tudo que
alguém ia querer, de onde Joseph vinha, mas não ali. Dentro da casa havia uma
moldura com a foto de uma pessoa, porém o vidro estava quebrado, impedindo de
ver quem era.
O sexto local ficava em uma ponte. Joseph
apressou-se, já que estava anoitecendo e havia o toque de recolher. Olhou todo
o local e não viu nada de diferente, apenas aquele riacho congelado abaixo da
ponte. Ao virar-se para ir para a casa com suas anotações e estuda-las a fim de
achar algo, deparou-se com a tempestade de neve que havia chegado antes que
percebesse.
No meio de toda aquela neve havia uma
mulher alta, de cabelos longos e dourados. Joseph podia avistá-la e juraria que
ela estaria sorrindo com aqueles lábios rosados e finos. Tentou gritá-la porém
não houve resposta. Enquanto a tempestade de neve se aproximava, ele sentiu
novamente um sopro gelado em sua nuca, mas dessa vez era totalmente diferente.
Era uma mão de dedos finos e gelados. Ele podia sentir aquilo. Joseph assustado
apressou-se e correndo, dirigiu-se o mais rápido o possível para sua casa e seu
copo de Whisky rotineiro.
Analisando seu caderno de anotações,
Joseph não aguentava mais sua cabeça. Tudo girava em relação ao sistema de
aquecimento. E aquela mulher? Quem era ela? Porque estava no meio de uma
nevasca? E o arrepio como se fosse uma mão congelada? Essas perguntas estavam
matando Joseph por dentro, até que ele resolveu dormir.
Era o terceiro dia de Joseph em Ivok e ele
não queria mais estar ali. Não pelos fatos, mas porque ele não suportava o
frio. Mesmo com todo aquele sistema de aquecimento, ainda era frio. Mas era seu
segundo dia para suas investigações. Tomou seu rumo para a delegacia onde iria
buscar os nomes dos suicidas, já que precisaria para procurar as famílias e
checar no necrotério, se assim fosse possível.
Na delegacia, Joseph deu-se conta de mais
um fato que poderia ser uma coincidência e que poderia atrapalhar suas
investigações, ou não. Todos os que estavam mortos não tinham família e
morreram como indigentes, já que não havia ninguém para dizer quem era. Um
passo a menos para Joseph, que não precisaria ir conversar com as famílias.
Demorou metade de seu dia, mas conseguiu
permissão para olhar os corpos. Foi guiado pelo próprio delegado até o local,
onde o deixou e o alertou mais uma vez para não ficar nas ruas da cidade após
anoitecer, pois poderia morrer congelado.
Ao ver os seis corpos se deu conta que não
era mais um coincidência. Ou todos se conheciam, ou foram mortos pela mesma
pessoa, os marcando. Em seus pescoços, marcas de corda, indicando que foram
enforcados. E assim foram encontrados. Seus corpos estavam com sinais de que foram
congelados. Parecia que não morreram enforcados, mas de frio e após isso veio a
corda em seus pescoços. Um último detalhe chamou sua atenção, um pouco antes de
guardarem os corpos novamente, mas todos tinham uma tatuagem em seu ombro
direito. Uma estrela de seis pontas e um cálice no meio. O que isso poderia
significar? Joseph se perguntara enquanto reproduzia aquele desenho em seu
caderno, se preparando para sua próxima parada, sua casa, e no dia seguinte,
biblioteca.
No dia seguinte, precisou de uma parada
antes da biblioteca, pois seu Whisky já estava acabando com toda essa correria
e frio. Seguiu seu caminho para a biblioteca onde procurou livros de
simbolismo, que parecia ser comum naquela região.
Um dia exaustivo de procura e leitura foi
bem recompensado quando ele achou em um livro aquele estranho símbolo que fora
visto nos corpos. Joseph se sentira extremamente feliz com a descoberta, já que
estava cansado e sentira sua garrafa de Whisky praticamente chamar-lhe. Alugou
o livro e foi para sua casa com sua garrafa de Whisky e descobrir o que era
aquele símbolo afinal de contas. Resolveu ficar somente com o Whisky e deixou o
livro para o dia seguinte.
Ao analisar o livro, Joseph descobriu o
que era aquele símbolo. Um trecho do livro dizia “(…) o cálice do renascimento não tomará sua forma sem seu sacrifício.
A Deusa Khimev virá à terra e limpará o mundo dos impuros com sua morte branca.
Seis destinos são selados e o mundo se tornará branco mais uma vez.(...)”
Será que Joseph estava se metendo com uma
Deusa? A Deusa da neve? Não era possível, Joseph não acreditara nisso, já que
era ateu.
Ao olhar pela janela, viu que era mais um
dia de nevasca, mas essa era mais leve que a outra, era possível que pessoas
ficassem nas ruas ainda, devido ao sistema de vapor. Mas algo estranho fizera
Joseph arrepiar. Ouviu um grito vindo de trás de sua casa. Correu para socorrer
quem tivera gritado, mas não havia mais tempo. Nem escapatória. Havia uma roda
de pessoas e lá estava a mulher novamente, sorrindo para ele como se não
houvesse acontecido nada. Como se ela não estivesse ali. Joseph desviou o olhar
para a multidão tentando ver o que ocorrera e olhou onde estava a mulher
novamente. Havia sumido. O corpo, no mesmo estado: Enforcado em uma arvore e
congelado. Sua camisa rasgada pendia-lhe o ombro direito e era possível ver
aquele símbolo novamente. Mas há algo de diferente nessa morte. Essa garota era
conhecida. Era a May, uma jovem de 16 anos puritana que morava à algumas
quadras de onde Joseph morava. Será que era ela o tal cálice? Seis destinos e
um sacrifício. Ele estava começando realmente a ficar assustado, e novamente um
vento gelado em sua nuca, mas dessa vez ele pode ouvir palavras em seu ouvido.
Elas diziam para ele em um tom doce e aveludado lentamente até que ele
entendesse que dizia “Próximo”. Ele
correu o máximo que pode para o mais longe possível mas o vento continuava a
soprar. Ele perguntara a si mesmo varias vezes porque ele. Até que ouviu
novamente em seu ouvido os dizeres: “A
morte branca não pode ser detida nem conhecida.” Mas Joseph sabia como
deter. Sabia como escapar. Ele vira em todas as cenas o mesmo agravante: não
havia o vapor. Não morreria congelado se não tivesse como a neve o alcançar.
Correndo de volta para seu apartamento,
onde saberia que encontraria o livro que poderia deter aquilo e um sistema que
lhe protegeria por tempo o suficiente, percebeu que a neve ficara mais pesada e
densa à medida que chegava perto dele. Seria o fim se não fosse rápido.
Entrou em seu apartamento o mais rápido o
possível e trancou a porta e fechou as janelas. Sentiu-se seguro ali dentro.
Pegou o livro e começou a folheá-lo rapidamente na procura de algo que pudesse
lhe salvar. Qualquer coisa agora seria útil. Seu ceticismo foi totalmente
destruído e qualquer ajuda no momento seria perfeita para ele. Nada. Foi isso o
que encontrou.
Então o vento gélido em sua nuca. Um
grande barulho antecedido de um tremor assustou-o e tudo ficou frio. Ele sabia.
Seu sistema fora congelado. Ali era o fim. Se não fosse por aquela janela ao
seu lado. Estava trancada, mas era vidro. Joseph chocou-se contra a janela,
estilhaçando-a e caindo na calçada. Conseguira fugir, mas não para sempre. Ele
já sabia a fraqueza de Khimev, e ele mataria uma Deusa. Ele faria o impossível.
Correra com todas as suas forças para o
centro da cidade, onde era o centro de distribuição de todos aqueles canos por
ondem saiam vapor. Era o local perfeito. Mas o frio estava cada vez maior. A
Deusa estava cada vez mais perto dele. Tinha que ser rápido.
Adiantou-se entre os guardas do local sem
dar explicações e fora perseguido pelos mesmos. Mas por pouco tempo. Os guardas
foram congelados pela onda de gelo que vinha buscar Joseph. Uma onda de morte e
destruição o seguira até o local, mas estava para acabar.
Um pé de cabra foi pego no canto de uma
parede às pressas enquanto se dirigia para a sala da caldeira, o coração da
cidade de Ivok. Era tudo ou nada, ele morreria ou a Deusa deixaria de existir.
Aguardou. Sentira o frio subir suas costas. Ela estava ali.
Aparecera em sua frente e, no momento em
que preparou seu sopro gelado, Joseph acertou com o pé de cabra uma das
entradas da caldeira, quebrando a junção e jorrando vapor em direção à Khimev,
que guinchara e começara a se debater e, naquela tarde onde um pequeno
quadrante da cidade ficaria sem seu sistema de aquecimento por algumas horas,
ouviu-se o vento sussurrar um grito de dor.
Era o fim de Khimev. Joseph não ficaria nem
mais um minuto naquela cidade. Correra para a estação e pegara o primeiro trem
para fora dali. Não queria saber o que aconteceria após aquilo. Fora embora.
Era o fim disso tudo para ele. Até do jornalismo.
Em sua cidade natal, dois dias depois, se
lia a manchete: “Ivok, a cidade prospera
em meio a neve.”. O frio extremo diminuíra. A razão daquilo estava
destruída. Ele destruíra. Ele matara uma Deusa.
Naquela noite,
não se notara, mas um floco de neve caíra no telhado da prefeitura.
sábado, 19 de janeiro de 2013
As sete espadas de runa. PT V
Aquela manhã havia começado cedo para
todos. Mathias, Jace e Bruna seguiam à frente da comitiva e dois passos atrás,
talvez três, se encontrava Altair, mais atento que nunca para os perigos que
aquela estrada poderia lhes apresentar. O elfo, que atacara Bruna
anteriormente, estava ainda desacordado em uma pequena carroça adquirida ao
sair da cidade, que também carregava alguns suprimentos.
Altair não parara de reparar naquela
adaga, ainda na cintura de Bruna e adiantou-se entre o trio. – “Com licença,
senhorita, mas posso dar uma olhada nessa adaga? Eu realmente a devolverei a
ti, mesmo que eu ache que sua arma seria o arco, não?” – Apontou para o arco
apoiado em seu ombro. – “Claro, sem problema algum. E só para você saber,
espertinho, arqueiros são muito bem necessitados de armas leves de curto
alcance, no caso uma adaga, como esta.” – Entregou a adaga para Altair, com certo
tom de insolência e infantilidade em sua voz.
A adaga era curta e curva, com o seu punho
de ouro e cravejado em rubi, algo muito interessante, já que as pedras eram
extremamente raras de serem achadas naquela ilha, e sua lamina era de um aço
azul extremamente afiado cuja sua curvatura permitia que as luzes do sol
refletissem em direções opostas em todos os seus ângulos. Apenas uma
civilização poderia forjar aquilo. Uma civilização perdida no tempo. Tritões.
Aquilo era uma lamina atlântis. Conhecidas por serem as laminas mais letais do
planeta por seu corte que nunca perde o fio e por serem ótimas armas para se
envenenar, já que sua curvatura, com um perfeito manuseio, permitiria que o
veneno ali aplicado durasse até uma semana.
Ao entregar a adaga de volta para Bruna,
Altair completou: - “Cuidado garota, você carrega algo extremamente perigoso com
você, empunhe isso para a pessoa errada e você terá problemas..” – Bruna
recolocou a adaga em sua cintura e retrucou aquele homem sério com um sorriso
juvenil no rosto, que mais lembrara uma garota conversando com suas amigas. –
“Calma, grandão, eu sei para que lado eu devo atirar uma flecha, você não acha
que eu não saberia com que mão eu deveria usar uma adaga?” – Riu e continuou a
caminhar.
“Sabe, Mathias, para um garoto da sua
idade, você foi bem corajoso lá trás, tem se mostrado melhor que a encomenda,
hein!” – Jace caçoou de Mathias, já esperando uma resposta. – “Eu sempre
procurei alguma aventura, e não é quando surge uma que eu vou correr!” –
Respondeu Mathias, demonstrando euforia ainda pelo acontecimento e relembrando
móveis correndo atrás dele e pratos voando acima de sua cabeça.
Φ
Já passara do meio dia, quando todos
pararam para descansar. Mathias e Bruna aproveitaram para checar o elfo que
parecia melhor, apenas com um leve corte em suas costas, que já parecia estar
cicatrizando, graças à sua pele de elfo que lhes permitem uma alta velocidade
de recuperação.
“Qual seu nome, elfo?” – Um Mathias
sorridente perguntou para a pequena criatura indefesa. – “Vamos, venha conosco!
Venha se divertir!” – Estendeu a mão para o mesmo.
A
criatura abriu a boca e hesitou em pegar a mão de Mathias, enquanto encarava
Bruna, atrás do mesmo. A maldição controlava o corpo, mas não a mente. Ele vira
tudo e tinha medo do que podia acontecer.
“Darrk Karr Et Doshkak.. Ni Triron
Kanot..” – Disse em élfico. Mathias não entendia aquilo. Não fazia nenhum
sentido para o garoto, mas Bruna, sabia o que aquilo significava. Em sua
infância ela aprendera muitas coisas, principalmente élfico, já que fora criada
por uma bruxa. – “Calma, garoto, deixa eu te dizer o que ele falou.. Ele disse
que seu nome é Karr e que está arrependido pelo que fez a mim..” – Bruna olhou
para o elfo, que tentou esconder-se atrás de um pedaço de pano que outrora
serviu de cobertor para o mesmo. – “Kiriat Nod Noev Astri Ope! Adsc Bert,
Karr!” – Disse Bruna que logo olhou para Mathias e traduziu. – “Disse para se
aproximar que não lhe faremos mal, que não estamos bravos com ele e que
queremos que se junte a nós, mas como SEU seguidor, garoto.” – Mathias olhou
espantado. Como aquela garota fizera isso? E porque? Ele não sabia falar élfico
e o elfo não sabia falar o idioma humano. – “Mas antes disso, eu vou ensinar
Daryou para ele, para vocês poderem se comunicar, não é mesmo, Karr?” – O elfo
sorriu.
Daryou era a língua nativa de todos dali.
Era conhecida como a língua humana. Veio de uma infinidade de mistura de
culturas de povos antigos e outras línguas de criaturas como elfos. A língua
sofreu diversas mutações até o que se foi dito como língua mundial.
E assim se seguiu para Hillstone, a
colina. Com Bruna carregando Karr em seu ombro e ensinando-lhe Daryou e Jace e
Mathias admirando a paciência e habilidade daquela garota para ensinar. Estavam
encantados. Jace principalmente.
Φ
Em Hillstone se encontrara um antigo posto
de controle e observação da guarda real. Era o primeiro destino de Jace,
Mathias, Bruna, Altair, Karr e os outros soldados quais os acompanhavam.
Ao abrir a porta do pequeno forte, Altair
se assustou. Aquele lugar estava abandonado havia anos. Estava totalmente
devastado pelo tempo. Ou pelo menos assim parecia. – “Vamos, temos muito
trabalho a fazer. Se vamos passar um tempo aqui, precisamos deixar esse lugar
habitável. Mãos à obra, homens!” – Ordenou para seus soldados, com um leve
sorriso no rosto. Aquele lugar lhe trazia paz, pois para si mesmo, aquilo era
um copo de agua no deserto. Um lugar onde poderia relaxar um pouco. Enfim
estavam em seu primeiro destino.
Fora dito que ali estariam escondidas duas
das espadas que precisavam. Foram encontradas a muito tempo atrás e ali
guardadas, longe de todo o perigo de serem descobertas e ao alcance de quem
sabia do paradeiro delas. Estavam nos aposentos de guerra. Isso significava uma
única coisa. Passagens subterrâneas. Mas onde?
Já escurecia ao olhar pelas janelas do
local e estava quase impecável de limpo. Aqueles soldados eram bons em tudo que
faziam. Decidiram repousar antes de começar a procura das duas primeiras
espadas.
Φ
Ao raiar do sol, começara a busca para a
entrada subterrânea. Por ser um salão de guerra, suas entradas eram secretas,
então teriam problemas para procurar. Mas ali tinham um elfo. E elfos são bons
em procurar e achar. Não tardara e antes do meio dia Karr havia achado um
alçapão que dava para os tuneis que levariam todos para o salão de guerra.
Como se aproximara do meio dia, descansaram
todos e decidiram que assim que o sol apontasse aproximadamente duas horas da
tarde, iriam prosseguir.
E assim foram. Altair se preparou para
abrir o alçapão e descer. Na hora que abriu, era possível sentir um odor pesado
tomar conta do ambiente. Ao descer, fora descoberto o porque daquele odor.
Corpos. Corpos de todos que ali habitavam. Eram em torno de 20 corpos. Em
decomposição. Por isso estava abandonado. O posto foi atacado. E o túnel
subterrâneo descoberto. As espadas poderiam ter sido roubadas.
domingo, 2 de dezembro de 2012
As sete espadas de runa. PT IV
Já estava anoitecendo quando aquela
comitiva de 71 pessoas havia chegado em Riverhide, a cidade dos Rios. A mesma
tinha esse nome devido à sua estrutura. Foi uma cidade planejada criada em cima
de um rio, onde o mesmo servia para o abastecimento da cidade e irrigação das
plantações que se encontravam ao redor dela. Era possível observar bombas de
agua e tubos às margens do rio indo para vários locais da cidade. Era um lindo
lugar, cheio de arvores e vívido com um aroma leve de grama até mesmo no centro
da mesma.
“Vamos, temos que encontrar um lugar para
pernoitar. Algum de vocês sabe um bom local para descansarmos?” – Disse Jace,
apontando para Mathias e Bruna. A mesma assentiu com a cabeça. – “Ótimo! Vamos
então, nos guie até esse local.” – E seguiram a ladra arqueira que se juntara
ao grupo recentemente, jurando lealdade ao seu capitão Jace.
Era uma pousada grande o suficiente para
todos. Aquele casarão que aparentava ter mais de 150 anos estava muito bem
conservado. Na recepção, uma senhora de cabelos brancos e amarrados no topo de
sua cabeça estava sorridente ao ver tantas pessoas em uma mesma noite. – “Oh,
visitantes! Ótimo! Venham por aqui, só preciso que assinem o livro de entrada e
me digam quantos quartos vão querer e eu lhes darei a chave!” – Disse aquela
senhora, saltando do balcão e se mostrando menor do que aparentava, pegando um
livro atrás de uma estante atrás da mesma. – “Vejo também que estão em boa
companhia!” – Sorriu ao ver Bruna. Ambas se conheciam. Jace não se importou em
perguntar. Não ali, não naquela hora.
“Vamos precisar de todos os quartos, minha
senhora, e não se preocupe, nós pagaremos.” – Disse Altair, colocando um saco
de moedas de ouro em cima da mesa e assinando o livro. – “Vamos homens, se
distribuam entre os quartos. Vamos evitar problemas.” – Altair sabia o que
fazia. Alugando todos, ele impedia que houvesse um ataque surpresa de alguém
que já estivesse lá ou que atacasse o quarto exato onde se encontrava Jace. E
assim foi feito. Homens subiam as escadas e se distribuíam entre os aposentos.
Φ
Jace havia tirado suas vestes que vestira
o dia inteiro e se deitado na cama. Estava observando aquele quarto que mais
parecia uma casa de família. Era bem confortável, na verdade.
O silencio reinava no casarão quando uma
janela se abriu. Um vulto pequeno e ligeiro entrou pela mesma. O vulto era ágil
e se esgueirava pelos quartos. Estava procurando algo. Ou alguém.
Ninguém havia notado a presença daquele
vulto. Também não era para menos. Ele sabia ser discreto. E havia encontrado o
que queria. Havia achado o quarto de Bruna.
Um grito. Altair correu para o quarto da
garota e arrombou a porta. Ela estava segurando uma figura de não mais de 50
centímetros que aparentava carregar uma adaga deformada. Ao acender as velas,
foi visto o que era. Um Elfo. Tais criaturas não passam de 70 centímetros, com
orelhas longas e pontudas, seus olhos gigantes emitem pureza e tendem a ser
dóceis. A não ser que sejam enfeitiçados por bruxas para assassinatos. E aquele
estava enfeitiçado. O selo em suas costas, que mais parecia um uma gota de agua
com olhos, era a marca de magia de controle. Era comum elfos serem enfeitiçados
para assassinatos por serem facilmente atingidos por magia e ágeis para tais
atos.
Altair rapidamente acertou a cabeça da
criatura com o cabo de sua espada e a desmaiou. Aproveitando o momento, Bruna
rapidamente arrancou a adaga da mão do mesmo e usou a mesma para riscar a marca
do feitiço e liberar o elfo. Podia parecer brutal, mas era o único método. Ou
matá-lo.
“Aquela velha maldita! Eu vou cortar o
pescoço dela com a adaga daquela desgraçada!” – Rosnou Bruna, acordando os
poucos soldados que ainda não haviam acordado por estarem mais distantes.
“O que houve? Porque não nos conta o que
está acontecendo, senhorita?” – Disse Jace, ofegante ao entrar no quarto e
impedindo a garota de sair do quarto, segurando-a.
“Aquela desgraçada ali debaixo é uma
Bruxa.” – Mathias havia acabado de entrar no quarto. – “E creio que ela achou
que eu havia a traído e trouxe-lhes para queimá-la.”
Todos naquele local sabiam: em tempos
passados, houve uma época que foi feita uma caçada por todas as bruxas devido a
morte de uma única garota. A de uma princesa. Mas era passado. Após isso, não
era comum encontrar bruxas, que se escondiam com medo do que pudesse acontecer
com elas. Mas somente as mais antigas sabiam desse passado e ainda se
escondiam.
Olhos apareceram em todas as paredes. Era
mais um feitiço. – “Corram! Para fora daqui! Todos!” – Jace começara a guiar
seus homens. Móveis começaram a correr atrás deles e tudo o que pudesse ser
arremessado, era. Correndo com Bruna ao seu lado, Jace prosseguiu: “Se você
sabia que ela era uma bruxa, porque nos trouxe aqui, garota lerda?!”. Bruna
abaixou a cabeça enquanto corria.
“Ela era de minha confiança. Mas não mais.
Não até tentar me matar.” – Continuou a correr ao lado de Jace, arrastando
Mathias, que ouvia tudo calado. Aquilo podia ser o fim dele. Ou sua maior
aventura.
Todos já estavam fora da casa quando a
mesma começou a pegar fogo. Aquilo era perigoso. Era para todos terem morrido
ali mesmo. – “Estão todos aqui? Ou perdemos alguém?” – Altair contava os
soldados para se certificar e notara algo a mais. Mathias carregava o elfo
consigo. – “Garoto, você tem certeza que quer carregar isso contigo? Pode ser
perigoso.”
Mathias olhara para a adaga
retorcida guardada na cintura de Bruna. – “Tenho. Creio que não há mais
perigo.” – Então consentiu Jace, apoiando a mão no ombro do garoto.
O sol estava nascendo em Riverhide
enquanto as chamas ardiam. Tinham que continuar a andar. Os perigos tendiam a
aumentar.
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
As sete espadas de runa. PT III
Bruna era uma garota alta e na flor na
idade, nos seus 20 anos, pelo menos era o que aparentava. Sua pele extremamente
branca entregava que ela nem sempre fora dali. Não nascera ali. Era magra e
tinha os cabelos negros e longos que iam em rabo de cavalo até a metade de suas
costas. Seus olhos escuros refletiam tudo o que ela era: corajosa, forte, destemida
e gananciosa. Isso a fazia ser o que era. Bruna era a chefe da guilda dos
ladrões da montanha. Aquela garota que crescera nos campos em meio às arvores,
pulando de uma em outra e caçando, ganhando uma imensa habilidade com seu arco
e agilidade e que também surpreendia em um combate corpo-a-corpo com muitos
homens, havia conquistado uma posição de respeito sem muito esforço. Afinal de
contas, ela era uma ladra nata.
“Acordem, seus moles, amanhã teremos um
grande dia! Amanhã, nós conseguiremos o maior premio que poderemos ter. Uma
cabeça real!” – Disse Bruna
entrando correndo no meio da noite convocando todos os ladrões da guilda.
“E eu quero todos prontos, amanhã de tarde
teremos que estar na ponte de Riverhide. Aquele que me atrasar a pegar meu
premio, terá sérios problemas.” – E ela não estava mentindo. Uma cabeça real
valia muito. Ainda mais de um capitão de frota. Ainda mais da frota especial. A
cabeça de Jace. – “estarei em meus aposentos qualquer coisa, seus lacaios de
merda!” – Saiu rindo e bateu a porta de seus aposentos, onde se sentou em sua
escrivaninha e colocou os pés sobre a mesa e passou a admirar o quadro que
ficava em frente a si. Aquele quadro onde parecia ser uma campina desenhada lhe
trazia calma. Aquilo lembrava de seu passado. Adormeceu ali, por instantes.
Horas talvez.
A porta se abriu rapidamente batendo
contra a parede e acordando Bruna, que se assustou e caiu da cadeira batendo a
cabeça no chão, deixando-a em estado de alerta. “Filho de uma.. fala logo o que
você quer, fiasco de gente.” – Rosnou Bruna para aquele homem que havia entrado
em seus aposentos tão bruscamente.
“Perdão, senhora, mas é que está quase na
hora de partirmos e você não havia aparecido, então ficamos preocupados e
mandaram-me vir buscar-lhe.” – O homem abaixou a cabeça, sentindo o olhar frio
daquela garota que parecia que o mataria só com o olhar.
“Vamos logo então, energúmeno. Junte todos
e vamos partir. Rumaremos para a ponte de Riverhide.” – Então, com a ordem de
Bruna, partiram para a ponte.
Ao chegar à floresta, avistaram o comboio
de soldados. Avistaram 80 homens, junto com um homem de armadura prateada, um
ruivo e um garoto. Sabiam que precisariam observá-los para o momento certo de
ataque e não falhar. E o fizeram. Por todo o caminho. Assim que os soldados
pararam para descansar, os ladrões prosseguiram. Tinham que se posicionar no
local.
“Espadas, quero vocês trás daquelas
arvores. Arqueiros, topo daquelas arvores. Quero que vocês mirem para matar,
independente de quem seja. E que diachos essa ponte ainda está aqui?!
Derrubem-na!” – E assim que deu a ordem, a ponte caiu e Bruna correu para perto
de seu arqueiro principal, onde poderia ter uma visão melhor do campo de
batalha. Eram 40 homens e 8 arqueiros. Aquelas flechas poderiam lhe dar
vantagem. Deveriam.
Avistaram os primeiros soldados.
“Aguarde. Eles irão checar a ponte.” –
Disse ela, abaixando a besta de seu arqueiro. Dito e feito, 4 soldados chegaram
perto da ponte e assim que um deles manifestou-se, foi dada a ordem. – “Atire!
No pescoço!”
E a flecha acertou seu alvo.
Φ
“Formação de defesa, agora!” – Bradou
Altair, sacando sua espada e rapidamente entrou na formação de círculo em volta
de Jace e Mathias. Sabia que aquilo era uma batalha ganha, se não fosse por
aqueles arqueiros empunhando bestas.
Os ladrões começaram a atacar aquela roda
de soldados e mesmo sabendo que era arriscado e que estavam em desvantagem,
pulavam para a batalha sem nenhum receio.
“Quero 10 soldados agora. Peguem o
equipamento a distancia e derrubem aqueles malditos. AGORA!” – e 10 homens
seguiram suas ordens.
Miguel, um dos soldados, preparou sua mira
no arqueiro mais aparente e, assim que soltou sua flecha, outra atravessou seu
peito. Engasgado com seu próprio sangue, viu aquele homem cair da arvore com o
corpo já sem vida. Morreria, mas não seria em vão. – “Não trate de morrer,
infeliz, temos outros para matar!” – Disse um de seus companheiros, levantando
Miguel, retirando a flecha de seu peito e estancando a ferida com uma faixa de
pano.
A baixa de soldados estava sendo pequena,
já que eles haviam algum treinamento. Sabiam o que faziam. Aquela formação os
ajudara a cada soldado proteger o flanco do outro. Altair estava certo. O único
ponto fraco daquela formação eram os arqueiros, que abatiam seus homens
enquanto seus próprios arqueiros tentavam abate-los.
Haviam perdido já 13 homens, contando com
o que checou a ponte, mas os ladrões estavam em uma situação de risco. Dos 8
arqueiros, sobraram 2 que estavam tentando localizá-los ainda, e dos que
estavam segurando espadas, restavam apenas alguns que insistiam em resistir.
“Parem! Droga! PAREM.” – um urro feminino,
mas poderoso veio de uma arvore não muito distante. Ninguém havia notado aquela
garota ali. Quem diabos era ela? Nem mesmo Altair sabia dela ali. – “Eu quero
que parem. Já houve muitas baixas. Desistam, homens, essa batalha não é nossa.”
– Levantando a mão e impedindo, pelo que parecia ser seu pequeno exercito, de
atacar. Aquela garota era a comandante.
“Eu me rendo. Sei quando estou em
desvantagem. Façam o que quiser comigo, mas poupem meus homens.” – Disse a
garota, olhando para aqueles 15 homens que restara do que era seu pequeno
exercito. – “Ou o que sobrou deles.”
“Levante-se, olhe para mim, e diga-me seu
nome, garota.” – Disse Jace, se aproximando dela com o olhar frio de quem não
estava com bom humor.
Aquela garota estava assustada. Sabia que
encontraria problemas. Aquele ruivo lhe dava medo. – “Meu nome é Bruna, caro
senhor.” – Levantando-se, porém não conseguindo olhar para Jace.
“Você fez um belo estrago, Bruna. Matou 13
de meus homens e temos dois feridos gravemente.” – Disse, apontando pra Miguel
e mais um que estavam sendo tratados por outros soldados com habilidades
médicas. – “Mas já que disse, há algo que eu adoraria fazer com você. E se
negar, estará em desonra.”
Bruna olhou aquele homem com medo. Não
sabia o que ele iria propor, mas poderia ser perigoso. Parecia ser perigoso.
“Quero que junte-se a mim, já que você
causou algumas baixas bem significantes na minha equipe. Pelo menos você e seus
2 arqueiros que restaram.” – Jace esticou a mão para Bruna.
“Mas.. mas.. como?! E eu ainda?! Porque?!
Eu matei seus homens! E tentei te matar!” – Bruna olhava espantada para aquele
homem.
“Sim, você os matou. E estou te dando uma
chance de perdão. E para você ser a comandante desses caras… você deve ter
excelentes habilidades. E não seria muito inteligente alguém que não tem
habilidades alguém se esconder tão alto numa arvore e andar com um arco comum.
Estou certo?” – Sorriu Jace. Aquele sorriso era cativante.
“Sim, você está.. Eu vou. Mas meus homens
ficam. Deixe-os livres. Ou isso, ou mate-me agora.” – Agora era a vez de Bruna
estender a mão. Tremendo.
“Trato feito então, senhorita. A partir de
agora, você me pertence.” – Disse Jace, apertando a mão de Bruna, que corou ao
ouvir aquilo, e sorrindo para ela. – “Então vamos! Mathias, tem outro caminho
para Hillstone?”
Mathias, ainda assustado com todo aquele
acontecimento, pôs-se de pé e ainda em choque disse – “Sim.. 500 metros à leste
daqui, há outra ponte..”
Então assim marcharam. 67 soldados,
Altair, Jace e Mathias haviam uma nova companhia. Bruna se juntara aquela
jornada. Ou pelo menos assim o destino dela decidiu.
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